O Coletivo MAAD foi fundado por Alícia Medeiros e Isabeli Santiago em 2016. Desde então tem participado em diferentes propostas culturais na cidade do Porto, de forma autónoma ou em formato colaborativo com artistas individuais e/ou coletivos independentes.
Somos um coletivo de mulheres imigrantes: artistas, arquitetas e designers apaixonadas por cidades e suas histórias. Juntas criamos o Coletivo MAAD – uma plataforma que articula as nossas práticas individuais (investigação, produção artística) projetando-as no espaço público, e não só, através de ações e propostas coletivas.
A nossa abordagem, sustentada em um enquadramento crítico-feminista*, tem como foco o combate às dinâmicas patriarcais de opressão presentes na cultura urbana e contemporânea, que se manifestam no espaço público de formas distintas; seja através de marcos visíveis – monumentos, estatuária, à sinalética toponímica, elementos de comunicação/merchandising, à própria arquitetura e o desenho urbano; e, ainda, pelo comportamento e interação das pessoas nestes mesmos espaços.
Sabendo que as dinâmicas de violência podem também traduzir-se em silêncio e invisibilidade, cada um dos nossos projetos nasce de uma proposta de contra-narrativa, revertendo o apagamento histórico através do resgate de figuras invisibilizadas, cujo legado e contributo tem sido constantemente negligenciado nas narrativas oficiais das Histórias da Cultura e das Artes. Considerando ainda que o “pessoal é político” esforçamo-nos para que as vivências e os testemunhos individuais sirvam para informar as nossas práticas de forma coletiva e interseccional.
Alícia Medeiros é brasileira, vive e trabalha em Porto, Portugal. É Licenciada em Arquitetura e Urbanismo pela UNESP Bauru (SP) e é Mestre em Arte e Design Para o Espaço Público pela FBAUP (PT). Trabalha ao nível das mídias móveis e do caminhar como prática artística/performance desde 2010, intensificando o trabalho nesta área desde 2013. Atualmente cursa o Doutoramento em Artes Plásticas na FBAUP, onde investiga sobre como o caminhar no espaço público citadino se configura como prática artística sob o recorte de gênero e como esta prática se pode transformar com o uso das mídias móveis.
NA VIDA REAL
Alícia Medeiros, arquiteta desiludida, imigrante brasileira, ativista feminista e artista frustrada.
INTERESSES
Cultura DIY, Curadoria e produção (arte contemporânea, eventos) e Investigação em prática artística com as seguintes temáticas:
Arquitetura e Urbanismo
Mídias Móveis
Caminhar como prática artística
Direito à cidade e Democratização do Espaço Público
Relações de Poder
Estudos de Gênero
FAVES
Punk e pop 90/2000, videogames, mudar o cabelo a cada 6 meses.
Isabeli Santiago
NA VIDA PROFISSIONAL
Isabeli Santiago, natural do Brasil, reside e trabalha em Portugal desde 2008.
É licenciada em História da Arte (FLUP, 2016) e mestra em Estudos Artísticos (FBAUP, 2018). O seu percurso profissional é orientado para as questões de género, território e linguagem, através de abordagens transdisciplinares. Dedica-se ainda à curadoria, produção e investigação independente nos campos da Historiografia da Arte, Arquitetura e Urbanismo, Literatura Feminista e Estudos Decoloniais.
NA VIDA REAL
Isabeli Santiago, ativista feminista, apenas uma imigrante latino-americana sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vinda do interior.
INTERESSES
Literatura e Historiografia feminista,Curadoria e produções transdisciplinares. Investigação + práticas artísticas nas seguintes temáticas:
Historiografia Radical e contra-narrativas
Arte contemporânea e Literatura / teoria feminista
Tradução e transcriação
Arquitetura e Urbanismo
Estudos Decoloniais e práticas de desobediência epistemológica
FAVES
Livros, plantas, nail-art, trap-latino, café coado, ler comentários do youtube…